Já faz um tempo que tomei conhecimento com Orestes. Um pouco mais, com Paulo. Mas o suficiente. O tempo é uma grandeza solta e fértil. O que ele carece é tenência, de perceber das importâncias e permitir. Do tempo de Orestes, duvidei de meus próprios convencimentos, e de Paulo, invejei olhar mais para o que orgulhava já olhar muito. Bom que sair do sossego é perceber. Nesse nosso tempo, talvez pela literatura em si, e o encanto todo que é o causo, há o suficiente para estimar. Eu cresci nos causos. Eis o causo de Orestes: recomendo. Temos, os três, um sertão em comum. Não o sertão da secura, que, vou espreitando, cada um vive o seu, em seu lugar e momento. Mas o sertão da força. Nascer forte é uma agrura. E aí não somos iguais, não entre um e outro, não entre hoje e amanhã. Porque a força desfigura as formas, e a não-forma desmodela o estado. Estamos frequentemente outros. Mas não novos. Porque nenhum deixa de ser o que viveu. A força de Orestes eu vi aí, um homem que não se apeia das estradas de suas sabenças. De Paulo, o zelo pelo que já se soube. A minha é admirar. Recomendo.
Herena
Verão de 2021, com chuva
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